Tecnologias na Educação

Tecnologias na Educação por Adriana Sousa

Ao longo de sua carreira, para melhorar a sua prática educacional, o professor procura refletir a sua práxis buscando formar-se continuamente, reaprender a ensinar, rever as formas de aprendizagem e o seu acompanhamento, estar atento às necessidades da sociedade atual e a todas as etapas do processo de ensino-aprendizagem para que este ocorra de forma inovadora e significativa despertando no educando o desejo de aprender a aprender sendo autor do próprio caminhar.  Pensamento compartilhado por Lorenzato (2008, p.8) quando relata que o professor deve procurar “[...] refletir sobre sua prática docente e manter-se atualizado pode ser um caminho para adquirir a lucidez crítica que a análise das modas exige”. Neste caminho de ação, reflexão e atualização, o professor enfrenta problemas como: carga horária de trabalho excessiva, salas lotadas, falta de tempo, baixos salários,... no entanto os obstáculos enfrentados
[...] não eximem o professor da responsabilidade de ser competente e, considerando que o processo de formação é individual e intransferível, cabe a cada um preencher as lacunas herdadas de sua formação inicial (no curso superior), bem como providenciar a continuada. (LORENZATO, 2008, p. 12).
Os professores no processo de questionamento, avaliação, ressignificação da sua formação e prática e pelo conceito de formação associado “à ideia de inconclusão do homem, [...] à necessidade de construção de patamares cada vez mais avançados de saber ser, saber-fazer, fazendo-se” (PORTO, 2000, p. 13) buscam superar as deficiências técnicas, pedagógicas identificadas nos cursos de graduação com cursos de formação contínua. Dentre os assuntos que os professores buscam continuidade nos estudos e pesquisas são os relacionados aos conhecimentos teóricos e ao uso das tecnologias como recurso pedagógico.
Com os “olhos no futuro” e com o desejo de conhecer novas metodologias e recursos para tornar suas aulas mais interessantes, os professores de Matemática procuram cursos de formação contínua no aperfeiçoamento na área específica de conhecimento e para a incorporação das tecnologias na sua rotina pedagógica.
O uso das tecnologias como: software de geometria dinâmica, software de álgebra, vídeos, simulações e animações nas aulas de Matemática podem ser recursos facilitadores da compreensão de conceitos e visualizações de situações improváveis com quadro e giz. O uso de uma tecnologia digital em sala de aula não exclui o uso de outras mídias, como mencionam Borba e Penteado (2003, p. 64) quando dizem que “lançar mão do uso de tecnologia informática não significa necessariamente abandonar as outras tecnologias. É preciso avaliar o que queremos enfatizar e qual a mídia mais adequada para atender o nosso propósito”. Sendo assim, as tecnologias analógicas e digitais podem coexistir no espaço da sala de aula.
Vale ressaltar que a formação destes professores no uso das tecnologias na escola deve ultrapassar a preocupação técnica, instrumental. O propósito dos cursos de formação deve enfatizar a “[...] segurança e habilidade para lidar com a utilização das TIC” sendo que “[...] essas características são essências na promoção de uma educação voltada para inclusão digital de seus alunos” (MERCADO, 2008, p. 83). Além de incentivar o professor a ter o domínio do seu próprio percurso bem como dar suporte para repensar as concepções e metodologias usadas no campo educacional e incentivar professores e alunos a utilizarem seu potencial criativo para, não só consumirem os materiais e conteúdos matemáticos já inseridos na rede, mas também tornarem produtores de conteúdos digitais ganhando inovação, interesse, dinamismo além de possibilitar a curiosidade e a construção do conhecimento colaborativamente.
Os PCN (BRASIL, 1999, p. 256) reforçam este pensamento quando apontam que “a Matemática ajuda a estruturar o pensamento e o raciocínio dedutivo, além de ser uma ferramenta para tarefas específicas em quase todas as atividades humanas” e a integração de recursos como vídeos, jogos, animações, simulações etc. na sala de aula matemática se mostra como uma alternativa importante no processo de desenvolvimento do raciocínio lógico, resolução de situações-problema, validação de estratégias e análise de resultados, além de permitir conexões com outras áreas do conhecimento.
Mercado (2008, p. 60) enfatiza que na formação docente na inserção das tecnologias em sala de aula é imprescindível associar teoria e prática e que é
[...] essa combinação que habilita o professor integrar as TIC ao seu fazer pedagógico. [...] A capacidade técnica de utilizar as TIC é essencial, contudo não basta apenas a capacidade de saber fazer para ter sucesso, é preciso saber relacionar-se, o que envolve a capacidade de lidar com as TIC, agregando a valores étnicos, culturais, pedagógicos e metodológicos.
Destaco o vídeo Tecnologia X Metodologia que demonstra que a presença das tecnologias digitais em sala de aula não garante aulas melhores ou mais criativas. Para que as tecnologias sejam incorporadas nas aulas favorecendo o conhecimento, é preciso que haja a junção de ações que vão desde um planejamento com objetivos claros de aprendizagem, do conhecimento técnico e das possibilidades pedagógicas da tecnologia escolhida, do compromisso de criar uma rede colaborativa de conhecimentos até a percepção e valorização do contexto sociocultural em que se está inserido. 

  
Na minha realidade, utilizo os espaços disponíveis na rede como blogs, redes sociais, sites de vídeos, slides etc., por possuirem características que permitem o diálogo, a interação, a criatividade. Embora esses espaços não tenham sido concebidos com enfoque educacional, alunos e professores começam a usá-los pedagogicamente. Atualmente, para explorar conceitos matemáticos, utilizo fotografias, jogos (digitais ou analógicos), slides, vídeos, animações digitais em minhas aulas. Estes recursos são utilizados na perspectiva da construção do conhecimento.


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Referências Bibliográficas
BORBA,M.C.; PENTEADO,M.G. Informática e Educação Matemática, 3ª Ed, Belo Horizonte,MG: Autêntica, 2003 (Coleção Tendências em Educação Matemática).

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999.
LORENZATO, S; Para entender matemática, 2ª Ed revista, Campinas, SP, Autores Associados, 2008, (Coleção Formação de Professores)

MERCADO, Luiz Paulo Leopoldo. Práticas de formação de professores na Educação a Distância. Maceió: UFAL, 2008.
PORTO, Yeda da Silva. Formação continuada: a prática pedagógica recorrente. In Educação Continuada. Org. Alda Junqueira Marin – Campinas – SP: Papirus, 2000. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).

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